quarta-feira, 31 de julho de 2013
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Inquérito
de Prevalência do Aleitamento Materno em menores de 1 ano aplicado
em Unidades de Saúde da Atenção Básica em 2012
O estudo da prevalência
do Aleitamento Materno em crianças menores de 1 ano revelou que a prática da
amamentação tem sido ampliada na população infantil em Volta Redonda.
Em 80,5% das entrevistas
aplicadas em menores de 1 ano foi relatada a continuidade do aleitamento
materno. Observamos ampliação deste indicador nas crianças até 4 meses de vida
(93,96%) e nos menores de 6 meses (91,86%). O Distrito Sanitário Norte
apresenta indicadores discretamente mais elevados em relação ao Distrito
Sanitário Sul.
Tabela 1 – Prevalência
em Aleitamento Materno em crianças menores de 1 ano - Volta Redonda, 2012
Tipo de Aleitamento
|
Distrito Sanitário NORTE
(%)
|
Distrito Sanitário SUL
(%)
|
MUNICÍPIO
(%)
|
Criança menor de 1 ano em aleitamento materno
|
80,63
|
80,38
|
80,50
|
Criança menor de 1 ano que não está em aleitamento materno
|
19,37
|
19,62
|
19,50
|
Criança até 4 meses em aleitamento materno
|
94,01
|
93,92
|
93,96
|
Criança até 4 meses que não está em aleitamento materno
|
5,99
|
6,08
|
6,04
|
Criança até 6 meses em aleitamento materno
|
92,33
|
91,38
|
91,86
|
Criança até 6 meses que não está
em aleitamento materno
|
7,67
|
8,62
|
8,14
|
Fonte: Inquérito
FORMSUS/DATASUS
A
análise por tipo de aleitamento apresentou a prevalência de 65,11 % de Aleitamento
Materno Exclusivo - AME nas crianças até 6
meses e 70,63 % nas crianças
até 4 meses.
Os motivos que
levam à redução do índice de AME nas crianças até 6 meses devem ser estudados
para avaliar a intervenção mais adequada no manejo destas situações pelas equipes de saúde. A
prevalência do AME em crianças até 6 meses é maior no Distrito Sanitário Norte.
Tabela 2 –
Prevalência dos tipos de Aleitamento Materno em menores de 6 meses – Volta
Redonda, 2012.
Tipo de Aleitamento
|
Distrito Sanitário NORTE
(%)
|
Distrito Sanitário SUL
(%)
|
MUNICÍPIO
(%)
|
Criança até 4 meses em AM Exclusivo
|
74,79
|
66,39
|
70,63
|
Criança até 4 meses em AM Predominante
|
22,73
|
26,47
|
24,58
|
Criança até 4 meses em AM Complementado
|
2,48
|
7,14
|
4,79
|
Criança até 6 meses em AM Exclusivo
|
70,21
|
59,93
|
65,11
|
Criança até 6 meses em AM Predominante
|
22,95
|
27,87
|
25,39
|
Criança até 6 meses
em AM Complementado
|
6,85
|
12,20
|
9,50
|
Fonte: Inquérito FORMSUS/DATASUS
Neste inquérito também são
analisados os principais motivos que levaram as mães a desmamarem seus filhos.
Observamos que o principal motivo relatado ainda é a insuficiência na produção
láctea (44,23%), situação que pode ser evitada e/ou superada com o apoio das
equipes de saúde no manejo da amamentação.
Tabela 3 – Motivo de Desmame em
crianças menores de 1 ano - Volta
Redonda, 2012.
Motivos de Desmame
|
Nº
|
%
|
A mãe sente dores muito fortes no peito,
chegando (ou não a apresentar sangramentos
|
22
|
3,85
|
O leite secou ou tem pouco leite
|
253
|
44,23
|
O bebê não suga o peito com a força
necessária, perdendo (ou não ganhando) peso
|
40
|
6,99
|
A mãe não pode se ausentar do trabalho pelo
prazo legal da licença maternidade
|
39
|
6,82
|
Outros motivos
|
253
|
44,06
|
Fonte: Inquérito
FORMSUS/DATASUS
O Sistema de
Informação da Atenção Básica - SIAB monitora a proporção de aleitamento materno
exclusivo nas crianças menores de 4 meses, acompanhadas pelas equipes de saúde
da família. No ano de 2012 esta proporção atingiu em média 84,4%, ou seja,
neste recorte da Atenção Básica, em que avaliamos o histórico de aleitamento
materno das crianças dos territórios em que a Estratégia Saúde da Família atua,
o resultado supera o indicador (70,63%) obtido no inquérito que engloba
amostragem de toda a população.
Semana Mundial de Aleitamento Materno 2013 - 1 a 7 de agosto
Apoio às mães que
amamentam: Próximo, contínuo e oportuno!
O tema
da Semana Mundial de Aleitamento Materno deste ano: Apoio às mães que
amamentam: próximo, contínuo e oportuno! indica a importância dos Grupos de
Mães (ou Grupos de Aconselhamento em Amamentação).
Mesmo
quando as mães têm um bom começo na sua experiência de amamentar, muitas vezes,
semanas ou meses depois do parto deixam de amamentar baixando as taxas de amamentação.
Quando as mães não estão frequentando os centros de saúde é um momento-chave
para o aconselhamento comunitário. O apoio para manter a amamentação pode ser
realizado de muitas formas.
Tradicionalmente
a família dá um grande apoio.
Porém,
conforme mudam as sociedades, em particular com a urbanização crescente, é necessário
um círculo de apoio mais amplo, que pode ser formado por profissional de saúde
capacitado, conselheiros em amamentação, líderes da comunidade ou amigas que
também são mães e pelos pais ou companheiros.
Os
Grupos de Mães (ou Grupos de Aconselhamento em Amamentação) apresentam custo
/benefício positivo e é uma maneira produtiva de se chegar a muitas mulheres de
forma mais frequente. Pode ser feito por qualquer pessoa da comunidade que
esteja capacitada no apoio às mães.
Estas
pessoas treinadas e disponíveis abrem canais de comunicação para canalizar perguntas
e temas de amamentação que as mães tenham interesse. “A chave para uma boa
prática de amamentação é ter apoio diário permanente em casa e na comunidade.”
CÍRCULOS DE APOIO ÀS MÃES,
MENINOS E MENINAS
Os cinco
círculos de apoio ao Aleitamento Materno ilustram o suporte a decisão das mães
de amamentarem e de que de fato tenham uma experiência positiva. Na Semana
Mundial de Aleitamento Materno 2008, já se havia falado destes círculos de
apoio como algo vital para as mães: a família e a rede de apoio social, o sistema
de saúde, os locais de trabalho e o emprego, os governos e a legislação, e as
respostas às crises ou emergências; todos eles ao redor das mães.
MULHERES NO CÍRCULO INTERNO
As
mulheres são o centro porque a presença ou ausência do apoio tem impacto direto
sobre elas. As mulheres também têm um papel central para assegurar o apoio e oferecê-lo
a outras pessoas. A Iniciativa Mundial de Apoio às Mães, em sua Declaração
sobre amamentação de 2007, apresentou: “As mães são participantes ativas no
apoio dinâmico, sendo tanto provedoras como receptoras de informação e apoio”.
FAMÍLIAS E APOIO SOCIAL
Companheiros/pais/esposos,
família e amigos próximos constituem a rede de apoio mais imediata para as
mães. O apoio social inclui a comunidade – em mercados, locais públicos, contextos
religiosos, parques nas vizinhanças etc. O apoio durante a gravidez reduz as tensões.
O apoio durante o parto e nascimento fortalece as mulheres. O apoio da
sociedade aumenta a confiança das mães em si mesmas e em sua capacidade de
amamentar não apenas nas primeiras semanas ou meses.
SISTEMAS DE SAÚDE
Estes
incluem várias oportunidades para apoiar o aleitamento materno: o cuidado
pré-natal amigável, acompanhamento durante o parto e o nascimento, serviços de
pós-parto e cuidados pós-natal, todos eles no sentido de apoiar o apego e a
ótima alimentação. O pessoal de saúde capacitado nas habilidades de
aconselhamento apoia as mães antes e depois do parto.
LOCAIS DE TRABALHO E EMPREGO
As
mulheres com emprego enfrentam desafios particulares e necessitam apoio para
poder trabalhar e amamentar ao mesmo tempo. As oportunidades de apoio dependem
das formas de trabalho, porém usualmente envolvem que se facilitem o contato
mãe/bebê, para ordenha e armazenamento do leite materno.
GOVERNOS/LEGISLAÇÃO
As
mulheres que planejam amamentar ou que já o fazem podem beneficiar-se dos documentos
internacionais que protegem a alimentação infantil ótima, além dos financiados
instrumentos, como as comissões nacionais. A legislação que protege contra o
mercado agressivo de pseudo-substitutos do leite materno e as
licenças-maternidade pagas são outros benefícios.
RESPOSTAS A CRISES OU EMERGÊNCIAS
Este
círculo de apoio representa a necessidade de apoio quando a mulher encontra-se em
uma situação inesperada ou muito séria que limita seu controle. Estes momentos requerem
planejamento e apoio especial: desastres naturais, campos de refugiados, em
processo de divórcio, doença crítica da mãe ou do bebê ou quando se vive em uma
área de alta incidência de HIV/ AIDS sem apoio à amamentação.
AMAMENTANDO em várias posições: bom para a mãe e para o bebê
Por Matheus Monteiro, filho de Leonice e
Edimar
Revista Pais & Filhos
Ao escolher uma posição para dar de
mamar, o mais importante é que você esteja confortável e que seu filho alcance
o seio com facilidade. Basicamente, todo o sucesso da amamentação
consiste em conselhos práticos e principalmente apoio psicológico – a família,
o marido são fundamentais (mulher confiante tem maiores chances de amamentar
com sucesso). Para isso, você pode:
Fazer a posição tradicional: é a posição mais comum para
amamentar. A mãe posiciona o bebê a sua frente, com a cabeça apoiada na junção
braço-antebraço, e o rosto de frente para mama. A barriga do bebê fica próxima
à barriga da mãe, e as mãos dela se apoiam nas nádegas da criança. Importante
ressaltar que todo o corpo do bebê deverá estar voltado para mãe, não somente o
rosto.
Fazer a posição invertida: Atualmente a posição invertida é muito
comum e muito utilizada ainda na maternidade, principalmente para mulheres que
acabaram de se submeter à cesárea. Devido à sensibilidade no local da cirurgia,
a equipe orienta e auxilia o posicionamento do bebê nesta posição para promover
mais conforto, principalmente para mãe. É necessário auxílio com almofada (ou
travesseiro), onde a mãe possa permanecer na cama.
O bebê é literalmente
colocado de modo “invertido” (a cabeça é apoiada com uma das mãos,
fica de frente para a mama, pernas ficam encaixadas na região axilar e todo o
corpo do bebê fica apoiado sobre a almofada ou travesseiro), e a mão oposta
fará o apoio da mama a ser oferecida. Pode ser utilizada também em casa, após a
alta, e quando realizada na poltrona para amamentar, pode ser mais confortável.
É bastante recomendada para amamentar gêmeos simultaneamente.
- deitar e colocar o
bebê em posição paralela a seu corpo para amamentar à noite.
- segurar o bebê no
colo em posição transversal, utilizando o braço do mesmo lado do seio em que
ele mama.
- No caso de gêmeos, você pode usar qualquer combinação citada, se você
desejar dar de mamar ao mesmo tempo.
Mudanças
Vale à pena tentar
posições diferentes para amamentar, já que ajuda a “esvaziar” várias regiões
das mamas e evita a pressão e o atrito da boca do bebê sobre uma única região
do mamilo/aréola. E, às vezes, pode haver um ducto de leite bloqueado, e
colocar o bebê no peito, de modo que a língua do lactente esteja sobre este
local, ajuda muito a drenagem, ou seja, o “desempedramento” deste local.
Atenção
A posição incorreta
pode causar rachaduras e fissuras no seio da mãe. Existem alguns sinais
indicativos de que o bebê está sendo amamentado incorretamente: o corpo do bebê
pode estar longe do corpo da mãe, o queixo não está próximo da mama, a boca do
bebê parece fechada, visualiza-se boa parte da aréola, faz sucções muito
rápidas, fica irritado ou choroso, pode ainda ouvir barulhos tipo estalidos ou
beijinhos e dificilmente fica saciado. Para a mãe, um dos principais sinais é a
dor nos mamilos, que persiste do início ao fim da mamada. Neste caso, a
avaliação de um profissional é fundamental para detectar o tipo de dificuldade
(se é na pega do bebê ou no posicionamento, ou até em ambos) e corrigir a
tempo.
"A amamentação deve ser um momento prazeroso, de troca, carinho e
promoção de vínculo"
Consultoria: Marcus Renato de Carvalho, pediatra,
professor da UFRJ, e autor do livro “Amamentação – Bases Científicas”
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